Foto: Giovani Dutra (Novo SM)
E o que a coluna antecipou no último sábado, se confirmou cinco dias depois, em ato acontecido na quinta-feira (4) no auditório da Cesma. Giuseppe Riesgo e o Novo tiraram a sorte grande ao conquistar a adesão do MDB ao seu projeto eleitoral.
Numa tacada só adicionaram tempo de rádio e televisão (que era escasso, para não dizer quase nulo) e militância. Por menos que venham a aderir ao projeto, e há indícios que boa parte do emedebismo não engole a decisão tomada por um colegiado de graúdos, ainda assim é muito mais gente fazendo campanha eleitoral na rua do que teriam Riesgo e o Novo, se fossem solitos à disputa.
Do ponto de vista novista, a chegada do MDB e uma candidata a vice, Magali Marques da Rocha, de estofo e com história política consolidada, conferem à proposta a ser defendida por Riesgo a possibilidade concreta de deixar de ser mera curiosidade eleitoral para se transformar em competidora.
Sempre deixando claro tratar-se de prognóstico antes de a campanha de fato começar, o ex-deputado estadual ganha, como se diz modernamente, “espaço de fala” na disputa à prefeitura. Para ele e sua proposta liberal, acrescente-se.
Já do ponto de vista emedebista, é bom o pessoal colocar as barbas de molho e encarar a possibilidade real de uma dissidência. Que talvez não seja gritada, nem necessariamente explícita, mas é facilmente visível que há quadros do MDB que não conseguem nunca explicar e aceitar a adesão. E que, mesmo silenciosamente, se afastarão.
Mesmo a decisão de aderir ao novismo não foi unânime. Ainda que quieta – ou discreta – a discordância existiu. Pelo menos dois ex-presidentes teriam ido nesse rumo. E não se sabe o que farão, se é que farão alguma coisa.
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Um grupo pensante do MDB mais histórico não perde de vista o “endireitamento” da agremiação ao longo dos últimos pleitos, sem falar da posição de coadjuvante que a sigla passou a ostentar. Já a virada do centro-esquerda à direita é visível e comprovável com fatos eleitorais.
Em 2016, a própria Magali Marques da Rocha foi vice de Fabiano Pereira, do PSB, que sequer chegou ao segundo turno. Quatro anos depois, a aliança foi com o direitista PP, também na condição secundária, com o vice Francisco Harrisson. A dobradinha (Sérgio Cechin, pepista, era o candidato a prefeito) foi ao segundo turno, e então levou um baile de votos dos tucanos de Jorge Pozzobom, com o apoio (quase) explícito da esquerda local.
E agora, perguntam-se alguns emedebistas, como será, já que o partido definitivamente tomou o rumo destro da política local? As urnas (e, antes, a própria campanha) falarão.